Super século 21 esse negócio de reality show, sem generalizar é claro, afinal, quem não curtiu o primeiro No Limite? Ou até mesmo o show da família Osbourne, que de reality show só tem o “show” mesmo, mas era divertido pra porra! Não precisa de muito para um desses dar certo: Faça um reality com pessoas no meio do mato, sem comida e sem tecnologia, tendo que batalhar para ganhar o pão nosso de cada dia, e ainda ter que dividir com os comparsas porque senão o fulano cai morto ali do seu lado. Isso é interessante, atrai um público que quer ver desafios, superações, perrengues, esforço, etc. Faça um reality com um ídolo do heavy metal e sua família pra ver se pelo menos o público headbanger, ao qual o assunto interessa, não vai assistir? O programa para o povo que quer ver o programa, você não monta uma banda de rock’n’roll para fazer shows na “Casa do Pagode, mulher de graça até as 4h”, simplesmente porque o público não está lá para ver uma guitarra e um trompete, eles querem o cavaquinho e o pandeiro manja? O que nos leva a pergunta, para quem é direcionado o BBB? Não consigo pensar nada melhor do que pessimistas, solteirões, barraqueiros, fofoqueiros, desocupados, e a palavra que se dá a pessoas que sempre estão antenados em tudo que “ta pegando” no momento. É claro que o Big Bosta atrai muito mais do que o público citado acima, até mesmo quem não assiste sabe de tudo que está acontecendo, apenas de ouvir o povo falando na rua ou no trabalho. Se você tem um Twitter, com certeza sabe dos barracos em sua complexidade, uma vez que sempre 3 ou 4 dos Trending Topics do Brasil estão relacionados de alguma forma ao Big Bunda. Os TT’s se manifestam de diversas formas, na maioria campanhas do tipo #foratessalia, #tessaliaboquete, etc... Enquanto escrevo este texto, dos 10 assuntos mais comentados no twitter pelos brasileiros, seis deles tem ligação com o programa, ou seja, enquanto o Brasil inteiro está falando #douradofacts, #voltatessalia, Elieser, Dourado, Paredão e é claro, Tessália, o resto do mundo insiste em falar sobre coisas muito menos importantes, como a tragédia no Haiti, por exemplo.
É como meu avô sempre disse: “Se o brasileiro entendesse de política como entende de futebol, não estaríamos nesta 
grande merda.” E eu concordo com cada sílaba daí, somos um povo com um puta potencial usado da forma errada, atenções desviadas aos encantamentos errados, suor escorrido em causas frouxas. Se você é um daqueles que acabou de começar a se perguntar “cara, porque a nossa merda toda vai parar no rio?”, “para onde vão os meus impostos?” e “por que eu pago 2,70 por passagem para usar um sistema de transporte público cheio de falhas?”, comece agora a se perguntar qual é a sua responsabilidade com o futuro do seu país. A juventude não pode se acomodar e simplesmente ‘deixar que os políticos tomem conta da política’, porque obviamente eles não sabem o que estão fazendo...
You’re wrong if you don’t question your government! - NOFX